Em seu livro A Grande Queda: Como o Gosto Pelo Ganho Superou a Sabedoria, John Kenneth Galbraith analisa a crise econômica que afetou os Estados Unidos em 1929, com enfoque na especulação financeira que ocorreu no mercado de ações. Segundo o autor, essa especulação foi um dos principais fatores que contribuíram para a crise, juntamente com a desregulamentação financeira que permitiu a atuação de operações altamente arriscadas.

A especulação financeira consistia na aquisição de ações com a expectativa de que os preços subiriam e gerariam lucros elevados. Esse comportamento tornou-se tão comum que os investidores estavam ignorando os riscos inerentes às operações financeiras. Porém, um pequeno momento de instabilidade na economia levou a um rápido colapso do mercado de ações, iniciando uma espiral de perda de confiança que afetou todos os setores da economia.

Galbraith também destaca a influência da desregulamentação financeira na crise. Na época, os bancos eram em grande parte responsáveis por manter a estabilidade da economia, devido à disponibilidade de crédito. No entanto, a desregulamentação permitiu que os bancos atuassem de forma mais agressiva, o que aumentou a exposição à volatilidade do mercado de ações. Essa falta de controle resultou em uma acumulação de riscos excessivos e acreditava-se que os preços se manteriam em alta indefinidamente.

Galbraith argumenta que a crise de 1929 poderia ter sido evitada se regulamentações mais rígidas tivessem sido adotadas. Ele propõe que as autoridades reguladoras deveriam ter estabelecido limites às operações especulativas e ao endividamento das empresas. Além disso, Galbraith destaca a importância do controle sobre a relação entre bancos e empresas, evidenciando como a pressão sobre as empresas para manterem altos níveis de lucros pode ter notáveis ​​consequências negativas para o mercado financeiro no longo prazo.

A obra de Galbraith possui grande importância para os estudiosos de economia e finanças, uma vez que seus estudos e reflexões sobre a crise financeira de 1929 ainda são muito relevantes para os dias atuais. Suas análises sobre a especulação financeira e a desregulamentação financeira são especialmente úteis na compreensão das crises econômicas que ocorreram no século XXI, como a crise econômica global de 2008.

Em suma, a análise econômica de John Kenneth Galbraith sobre a Grande Queda de 1929 demonstra a importância da regulação financeira na prevenção de crises econômicas. Além disso, evidencia a necessidade de os governantes avaliarem os riscos do mercado de ações e sua relação com os bancos e as empresas para evitar uma nova crise econômica.